O Eco da Doninha

Este e-space foi criado com o intuito de mostrar de como as pequenas coisas insignificantes podem encerrar verdades ainda mais insignificantes. Isto é um eco, pois qualquer resposta dada não tem mais qualidade que a pergunta feita.

segunda-feira, junho 19, 2006

Peúga-Forward

No passado dia 14 este espaço de pensamentos inconsequentes e estupidificantes fez um ano de existência.
Quero desde já endereçar os meus parabéns ao autor, pois certamente deve estar orgulhoso de todo o tempo que perdeu a falar sobre inutilidades.


Mas o que realmente me fascina nos aniversários é, obviamente, a manifestação material por parte de terceiros, vulgo prendinha.

A evolução das prendinhas ao longo dos anos apresenta uma curva logarítmica, ou seja, existe um crescendo de qualidade muito rápido com o passar dos anos até que estabiliza num patamar elevadíssimo, o chamado patamar peúga.

E chamo-lhe patamar elevadíssimo pois apesar da peúga ser um bem de preço baixo contribui para criar enormes fortunas. Reparem só nas receitas que as casas de apostas não devem obter com apostas do género:

"De cor serão as peúgas que vão oferecer ao Marques Mendes este ano?".

Mas afinal porque razão a partir de uma certa idade somos incessantemente bombardeados com este artigo fantástico?

A desculpa universal é: "O que dar a alguém que já tem tudo?"

Eu desde de pequeno sempre ouvi o meu sapiente pai dizer: "O Saber não ocupa lugar."
Logo é óbvio que podiam aproveitar esta deixa e substituírem a prenda da peúga por...

Dinheiro!!! É assim tão complicado?!

Curiosamente, esta política de ofertas está a levar ao surgimento de um fenómeno denominado "Peúga-Forward".
Entende-se por "Peúga-Forward" toda aquela peúga que é oferecida e que não pode ser desembrulhada sendo religiosamente guardada para ser reencaminhada em aniversários vindouros de familiares ou conhecidos.

Não há nada mais gratificante do que receberes um par de peúgas da vizinha do 3º Esq. por "serviços prestados" e verificares que foram as mesmas que ofereceste ao teu primo João pelo Crisma. Basicamente neste momento devem andar uns 20 pares de peúgas em circulação por todo o mundo, ou seja, apenas existe a ilusão de que existem muitas.

Por muito que este fenómeno nos pareça divertido, imaginem como não se devem sentir os fabricantes de peúgas devido a já não venderem nada desde 1987?

Bem, eu costumo dizer que o ser humano tem que se adaptar à mudança.
Por isso, penso que os fabricantes poderiam manter o seu negócio e simultaneamente contribuir para este fenómeno tão animador. Para tal deveriam aumentar o preço do seu artigo, mas deveriam incluir uma tecnologia que permitisse manter um histórico do percurso que um dado par de peúgas tinha realizado.

Nunca se sabe, neste momento podemos estar usar umas peúgas que em tempos pertenceram a alguma celebridade...